Toca a espreitar

terça-feira, 31 de março de 2015

Inseguranças, e agora?




Confesso que sempre que vou à entrega da avaliação do Pequeno rei, saio de lá desanimada, bastante triste.

Sou muito sensível, e as palavras têm em mim um efeito devastador. E depois existem pessoas que têm o dom de com um sorriso largarem as palavras que mais me atingem.

Como calculam, tenho uma relação de amor-ódio com a E. do Pequeno Rei (um dia conto-vos esta história na perspectiva de uma mãe indignada). Tanto está tudo maravilhoso para ela "O D. está um verdadeiro homem" , como de repente está tudo mal.

Lá fui eu com o meu Pequeno Rei à entrega das avaliações, de coração leve e um pouco apertado, pois detesto despedidas. Levei o Pequeno Rei, pois senti que era um dever enquanto mãe levá-lo, para se despedir de alguém que foi tão importante para ele nestes quase 2 anos.

Entrámos e fui bombardeada, confesso que fiquei bastante admirada com todas as palavras que ela me disse:

"O D. é muito inseguro, quando temos atividades novas não tenta fazê-las, ou chora para as fazer (com o receio de as falhar). Muitas vezes recusa-se a falar perante a classe quando lhe são feitas perguntas apesar de saber a resposta (mais uma vez saliento [eu mãe] com medo de falhar). Brinca quase apenas com os mesmos dois amigos, os que lhe dão mais conforto (os mais bem comportados e calmos da sala). E muitas vezes recusa-se a desenhar o que fez, desenhando apenas uma figura humana."

ALTOS

Algo está mal e até eu como mãe, sem sequer ser docente e ter conhecimentos sobre isso (o meu conhecimento da psicologia infantil, que me fascina, é realmente pequeno) percebo isso!! Agora que mo dizem. E adivinhem de onde vem o problema???

De casa!! A culpa é minha de o meu filho ser inseguro, minha!

Mastiguei cada palavra, engoli com toda a dificuldade, mas não posso digerir, não consigo digerir. A culpa é minha, porquê? Porque o mimo demasiado? Culpada, sim Senhor! Porque não recorro aos açoites? Culpada também! Porque lhe digo todos os dias que o amo? Guilty!!

E pensei, e pensei e juro que continuo a pensar, com o coração dorido e com as lágrimas (de revolta e tristeza) quase a aparecerem...

... Eu que dia após dia faço tudo pelo meu filho! Que todos os dias lhe mostro o quanto ele é crescido e que basta querer para conseguir! Que todos os dias o incentivo a tentar porque falhar é normal!! Que lhe mostro que não tem mal ser-se um pouco pior em algo, porque com toda a certeza se é melhor noutra coisa!

Algo não está bem, não está!!

Se o trato como um bebé?? Sim, às vezes. Falo para ele com um pouco mais de mimo, deixo-o enroscar-se a mim para adormecer. Às vezes até brinco com ele, imaginem.

Se lhe mostro que é um menino crescido? Claro e é o meu maior orgulho vê-lo crescer. Vai sozinho à casa de banho e por vezes, até já faz xixi como um homem. Lava os dentes sozinho. Ainda não o deixo tomar banho sozinho, estou à espera que o tempo melhore mas já se despe e veste. E até já tem direito a ajudar-me a limpar a casa. Devo exigir mais a um menino crescido de 4 anos??


Foi-me dito que o seu desenvolvimento cognitivo está muito bom e que a parte emotiva é que nem por isso. Temendo-se que venha mais tarde a sofrer de bullying. [E eu iria jurar que a culpa do bullying era de quem a praticava e não de quem sofre!].


E agora digo eu, que não sei o que se passa, mas que ia adorar saber. O D. é um menino completamente diferente em casa, completamente. Divertido, canta, dança é um autentico palhacito. Por vezes é um pouco envergonhado, mas isso passa-lhe em três tempos, haja quem lhe dê atenção.

Gosta de brincar, é conhecido em todos os locais públicos onde vamos, mete-se com toda a gente e confesso que por vezes me envergonha. De inseguro não tem nada, absolutamente nada. Desde sempre uma criança destemida, nem que seja só para se armar. E sim, tem um pouco de dificuldades em relacionar-se com outras crianças, mas julgo que seja apenas superficial, porque geralmente acaba sempre por brincar com elas.

E onde está o erro afinal???

Triste e com medo de estar a errar, apesar de não querer acreditar que a culpa é minha. Mas o mal não estará nos "puxos no cabelo" que tive de avisar para não o fazer?? Será que não foi daí que começou uma espécie de "bullying" (por falta de palavra melhor) que o levou a tornar-se inseguro na escola?? Ou será realmente minha culpa??

De há um tempo para cá, sempre que é repreendido ou não consegue fazer algo bem diz que " Eu nunca faço nada de jeito", isso sim é preocupante porque nunca ouviu cá em casa alguém lhe dizer tal coisa.

Estou revoltada, triste e extremamente preocupada. Venha de que lado vier a culpa o que faço agora para anular as suas consequências?? O que faço para que isto mude??

Para atenuar o meu sentimento de culpa encontrei este extrato de um texto muito interessante sobre a timidez nas várias fases:

"Paralelamente à entrada para a escola, e ao longo do seu curso, surgem medos ligados a esta nova etapa da sua vida, bem como aos desafios a ela associados. O medo de se expor, ter de falar nas aulas, ir ao quadro, as histórias contadas de agressão dos mais velhos, entre outros, causam apreensão às crianças. Aqui os medos estão muito ligados à identidade da criança, à sua auto-estima e sentimentos de insegurança. Poderá surgir o receio de ser diferente, ser gozado pelos outros.

Esta insegurança e medo assumem um papel marcante num espaço como a escola, pois estes sentimentos poderão transmitir à criança a sensação de impotência perante a resolução de dificuldades que até pode percepcionar como não perigosas, mas que apenas não se sente capaz de as ultrapassar. Nestes casos, é essencial que os pais e/ou educadores saibam escutar a criança, desmistificar esses sentimentos e, sobretudo, ouvi-las e ajudá-las no sentido de encontrar estratégias eficazes para a resolução dos seus medos."


Podem ler na integra aqui

A Fórmula do amor vs Educação



Haverá uma fórmula mágica do amor?? Haverá uma fórmula que nos ajude a calcular qual a quantidade de amor certa ou errada?? Existirá amor a mais?

Haverá alguma fórmula mágica para educar?? Que nos indique o que é certo ou errado?? Haverá uma só maneira de o fazer???

A educação associada ao amor, também poderia ser uma fórmula não poderia?? A quantidade de amor que demonstramos (não a que sentimos) poderá ser determinante na educação?? Na formação da personalidade??


Poderá o amor, sentido e demonstrado, influenciar negativamente a personalidade da criança?? Devemos demonstrar menos esse amor que sentimos por eles?? Não entendo, simplesmente ás vezes não entendo. Houvesse uma fórmula mágica que ajudasse. Acho que existe, algumas pessoas sabem-no, mas não o partilham.


Se investimos o nosso amor num pequeno ser, proporcionando-lhe oportunidades, de ser autónomo, ao mesmo tempo em que lhe mostramos que estamos lá, que não importa tentar e falhar, que lá estaremos para o segurar, fazemos mal?? Devemos virar costas e deixar falhar sozinho?? Ou contra tudo e todos permanecermos lá??

Se uma criança tem dificuldade em relacionar-se com os seus pares a culpa é nossa?? Se foca os seus interesses para as poucas crianças com as quais se sente mais seguro é preocupante?? Se se sente inseguro na escola a culpa é de casa?? Se tem medo de falhar, fazendo com que muitas vezes nem tente, a culpa é nossa?? As crianças são crianças, não deixam de o ser, umas mais extrovertidas, outras menos. Umas mais corajosas outras nem tanto. Será isso o reflexo da educação? Irá isso ditar o seu futuro??

Houvesse uma fórmula mágica, que nos desse todas as respostas, nos desse a certeza das nossas falhas e conquistas. Houvesse uma fórmula mágica que nos ditasse a quantidade de amor que devemos investir. Houvesse... mas enquanto não há, investirei todo o meu amor, todo o meu tempo. Enquanto não houver ditarei eu a minha educação, continuarei a amar, a proporcionar-lhe todas as oportunidades. Continuarei a pedir para que tente mesmo que falhe. Enquanto não houver, estarei sempre do seu lado para o ajudar a erguer-se sempre que cair.


Um dia ele disse-me, após o repreender por ter feito algo que não devia:

"Mãe, eu nunca faço nada de jeito!"

Garanto que em casa nunca ouviu isso, nunca usei essas palavras para ele ou o desvalorizaria desse modo. Na escola garantem-me que ninguém lhe disse isso! De onde veio afinal?? Com toda a certeza que veio do mesmo sítio que toda essa insegurança.

segunda-feira, 30 de março de 2015

O Pequeno Rei do Parque



Existem dias em que nos apetece sair...

... saltitar até à rua e brincar até mais não.

Existem dias em que queremos ser livres...

... correr,saltar e brincar!
























quinta-feira, 26 de março de 2015

Sorriso da minha vida: Avi & Girandola

Nestes dias de férias da Páscoa, a alegria é uma constante e prevalece perante qualquer má disposição que se queira impor.

Acorda todos os dias a cantarolar, e passa o dia a saltitar, brincando aqui, brincando ali. É uma alegria vê-lo tão animado, sem ter rotinas. Pena é o tempo feio que se instalou lá fora. Chegou a Primavera e trouxe com ela o Inverno, dias ventosos e até de chuva. Acabamos por ter que nos reinventar em casa, é impossível saltitarmos até ao parque, corremos o sério risco de sermos levados pelo vento.

Por isso, e a brincar fazemos aquilo que de melhor sabemos fazer: sorrir!! Muitoooooo!

As nossas fotografias não são apenas fotografias, têm histórias por detrás, contam segredos, guardam gargalhadas e belos momentos entre nós os dois. E nós adoramos.










O Pequeno Rei veste sweet (adoroooooooooooo) by GirandolaKids 

terça-feira, 24 de março de 2015

Semana 10: David [Projecto 10/53]

[Semana de 02 a 08 de Março de 2015]

Uma semana maravilhosa, daquelas mesmo deliciosas. O Sol voltou e nós aproveitámos-o o melhor que conseguimos. Passeámos, corremos e saltámos. E não houve um Parque que nos falhasse.


Dia do Pai: os nossos Super Pais




Cá em casa o dia do Pai é um dia muito especial, temos sempre dois super Papás para mimar o máximo que conseguirmos. O Super Papá do Pequeno Rei e o meu Grande Rei, o meu Super Hiper Papá- Avô.

Este ano a inspiração não foi a nossa maior aliada. Este ano não tínhamos os materiais que precisávamos para pôr em prática tudo o que ia na nossa cabeça. Por isso este ano foi simples, mas nem por aí menos especial. O Pequeno Rei ajudou-me imenso e com muito amor e dedicação lá fizemos o que de melhor sabemos fazer, mimar quem mais amamos.

Na escolinha, houve uma pequena celebração,um momento dedicado aos Papás, com musicas cantadas pelos Pequenos Reis e até com uma fatia de bolo para cada um.







Mal chegámos a casa, foi hora de pôr-mos as mãos na massa. O Pequeno Rei adora estes momentos e eu também.

Ovos

Farinha

Açúcar

É uma loucura na nossa cozinha..

Mexe e remexa...

... Amassa e volta a amassar..

Tenho é de ter muito cuidado com o Pequeno Rei porque comer a massa crua é com ele.















De barriga cheia, sim de barriga cheia, pois como somos nós que pomos a mão na massa também temos o direito de sermos os primeiros a experimentar. De coração cheio, chegou a hora de mimar-mos muito os nossos Papás, que dia após dia nos fazem tão felizes.














"Feliz dia dos Papás!! Vocês são os melhores de sempre!!"